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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crescimento de embarques e desembarques demonstra urgência de ampliação de aeroporto

           Embarque e desembarque de passageiros em aeroportos é um dos termômetros para avaliar a movimentação de turistas em um destino turístico. Em Mato Grosso, esse registro de movimentação tem demonstrado crescimento contínuo nos últimos sete anos. O movimento no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, registrou entre janeiro e julho deste ano um crescimento de 29,37% em comparação com o mesmo período de 2009. Esse percentual significa que neste ano, até o momento, foram registrados 1.169.236 milhão de embarques e desembarques, enquanto que no ano passado foram 903.724 registros. A movimentação no maior aeroporto de Mato Grosso atesta para a urgente ampliação das estruturas do local, tanto para embarque quanto desembarques de passageiros e melhor comodidade de quem transita pelo local diariamente.

        A procura de Mato Grosso como destino de turismo de pesca e de ecoturismo, especialmente, é maior justamente nessa época em que cresce o movimento de passageiros. A capital mato-grossense, como principal destino indutor de turismo, sedia também inúmeros eventos nacionais como congressos, feiras e exposições. Um exemplo está no último evento nacional promovido no mês de agosto em Cuiabá, a Semana Oficial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que teve mais de 2.500 congressistas e movimentou a Capital nos segmentos de hotelaria, bares e restaurantes e entretenimento, além de fomentar ainda mais a procura por destinos como o Pantanal e Chapada dos Guimarães.

         Cuiabá tornou-se não apenas um dos destinos indutores do Estado, como um polo de turismo de negócios. E com a realização da Copa de 2014, a ampliação do aeroporto Marechal Rondon torna-se peça fundamental e obrigatória para que se tenha estruturas adequadas ao fluxo de passageiros que irá chegar à Capital no período preparatório, durante e pós-evento da copa.

OPINIÃO: Turismo - desenvolvimento local e agregação de valor e renda em comunidades de Mato Grosso

Mato Grosso vivencia seu fortalecimento econômico passando de produtor de matérias-primas agrícolas para um estado moderno e arrojado com verticalização de sua economia e inserida nesse cenário, a atividade turística ganha mais força quando visualizamos inúmeras alternativas para fazer crescer um setor que em Mato Grosso encontra um dos maiores potenciais do Brasil: o turismo de base comunitária e com ele, várias possibilidades de segmentação, como o turismo rural.

O turismo de base comunitária se estabelece quando comunidades locais tomam a iniciativa de desenvolver e ofertar produtos como artesanato, alimentação, hospedagem, atividades culturais, entre outros, em destinos turísticos. Dessa forma, o turismo de base comunitária se traduz em um modelo alternativo de desenvolvimento na medida em que pode ser organizado pelos princípios da economia solidária, associativismo, cooperativismo e valorização da cultura local.

Contextualizando essas atividades em nosso estado tão rico em potencialidades turísticas, com atividades da agricultura familiar e núcleos artesanais organizados em vários municípios, analisamos que para muitas comunidades o caminho do fortalecimento e geração de renda tem como forte opção o turismo de base comunitária, uma vez que essa atividade propicia às famílias ou núcleos produtores a oportunidade de assumirem o papel de atores principais na oferta de produtos e serviços turísticos.

Esta é uma alternativa de organização para alguns roteiros ou regiões de compatibilizar a oferta de produtos e serviços turísticos, com a promoção de melhorias na qualidade de vida das comunidades locais. Mesmo entendendo que o segmento ainda é pouco conhecido, tem se apresentado como fértil campo de estudo e como demandante de uma ação mais efetiva por parte do poder público. Nessa realidade iniciamos na Secretaria de Desenvolvimento do Turismo junto a comunidades em diferentes municípios o planejamento de ações para estimular o turismo de base comunitária a partir de iniciativas como o fortalecimento de núcleos envolvendo atividades que vão da agricultura familiar passando pela cultura e o artesanato. Entre as comunidades com forte potencial para desenvolvimento do trabalho de turismo de base comunitária temos Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Poconé, Cuiabá e também os municípios da Rota das Águas – Curvelândia, Lambari d’Oeste, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Rio Branco. Na Rota das Águas, por exemplo, está sendo desenvolvido em cooperação com setor privado e poder público um modelo de roteiro turístico que contempla vários segmentos que vão do ecoturismo ao turismo rural e turismo de base comunitária estimulando essas localidades a mostrar o seu potencial dentro de uma perspectiva que possa melhorar a renda das famílias envolvidas, agregar valor à produção, integrar os indivíduos e gerar bem estar social.

Aos poucos, a população dessas cidades começa a assimilar a importância de estruturar melhor seus estabelecimentos, buscar mais informações sobre sua história e cultura, com elementos que reforcem a identidade de cada local, de cada comunidade. Sabemos que o turismo ainda não é a principal atividade nesses locais citados anteriormente, contudo, o setor somente terá o efeito e gerar os benefícios desejados com organização e continuidade das ações. Todas as cidades têm potencial, cada uma com sua peculiaridade, e o turismo oferece a alternativa de desenvolvimento ordenado e a inserção dessas comunidades na divulgação e promoção da essência e identidade do povo mato-grossense – caloroso e lutador por natureza.

* Secretária de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, especialista em Gerência de Cidades e Auditoria