Mato Grosso vivencia seu fortalecimento econômico passando de produtor de matérias-primas agrícolas para um estado moderno e arrojado com verticalização de sua economia e inserida nesse cenário, a atividade turística ganha mais força quando visualizamos inúmeras alternativas para fazer crescer um setor que em Mato Grosso encontra um dos maiores potenciais do Brasil: o turismo de base comunitária e com ele, várias possibilidades de segmentação, como o turismo rural.
O turismo de base comunitária se estabelece quando comunidades locais tomam a iniciativa de desenvolver e ofertar produtos como artesanato, alimentação, hospedagem, atividades culturais, entre outros, em destinos turísticos. Dessa forma, o turismo de base comunitária se traduz em um modelo alternativo de desenvolvimento na medida em que pode ser organizado pelos princípios da economia solidária, associativismo, cooperativismo e valorização da cultura local.
Contextualizando essas atividades em nosso estado tão rico em potencialidades turísticas, com atividades da agricultura familiar e núcleos artesanais organizados em vários municípios, analisamos que para muitas comunidades o caminho do fortalecimento e geração de renda tem como forte opção o turismo de base comunitária, uma vez que essa atividade propicia às famílias ou núcleos produtores a oportunidade de assumirem o papel de atores principais na oferta de produtos e serviços turísticos.
Esta é uma alternativa de organização para alguns roteiros ou regiões de compatibilizar a oferta de produtos e serviços turísticos, com a promoção de melhorias na qualidade de vida das comunidades locais. Mesmo entendendo que o segmento ainda é pouco conhecido, tem se apresentado como fértil campo de estudo e como demandante de uma ação mais efetiva por parte do poder público. Nessa realidade iniciamos na Secretaria de Desenvolvimento do Turismo junto a comunidades em diferentes municípios o planejamento de ações para estimular o turismo de base comunitária a partir de iniciativas como o fortalecimento de núcleos envolvendo atividades que vão da agricultura familiar passando pela cultura e o artesanato. Entre as comunidades com forte potencial para desenvolvimento do trabalho de turismo de base comunitária temos Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Poconé, Cuiabá e também os municípios da Rota das Águas – Curvelândia, Lambari d’Oeste, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Rio Branco. Na Rota das Águas, por exemplo, está sendo desenvolvido em cooperação com setor privado e poder público um modelo de roteiro turístico que contempla vários segmentos que vão do ecoturismo ao turismo rural e turismo de base comunitária estimulando essas localidades a mostrar o seu potencial dentro de uma perspectiva que possa melhorar a renda das famílias envolvidas, agregar valor à produção, integrar os indivíduos e gerar bem estar social.
Aos poucos, a população dessas cidades começa a assimilar a importância de estruturar melhor seus estabelecimentos, buscar mais informações sobre sua história e cultura, com elementos que reforcem a identidade de cada local, de cada comunidade. Sabemos que o turismo ainda não é a principal atividade nesses locais citados anteriormente, contudo, o setor somente terá o efeito e gerar os benefícios desejados com organização e continuidade das ações. Todas as cidades têm potencial, cada uma com sua peculiaridade, e o turismo oferece a alternativa de desenvolvimento ordenado e a inserção dessas comunidades na divulgação e promoção da essência e identidade do povo mato-grossense – caloroso e lutador por natureza.
* Secretária de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, especialista em Gerência de Cidades e Auditoria
Nenhum comentário:
Postar um comentário